sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E todo carnaval tem seu fim

Sentada com minha cerveja e nenhuma pespectiva de sol no céu, numa mesinha de esquina, sem nenhum pensamento que venha por essa ou aquela rua. os pensamentos tiraram folga no feriado, foram viajar, pegaram alguma auto estrada e foram a praia ou ao campo abstrair o dia a dia de trabalho constante, me deixaram aqui com um abraço e uma latinha de cerveja sentada na mesinha de esquina, a observar o céu sem pespectiva de sol, as horas sem pespectiva de melhora. mas tudo bem, as vezes é bom deixar os pensamentos de lado e apenas curtir a minha cervejinha quieta e solitária numa mesinha qualquer, mesinha sem um pensamento se quer.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tem um pouco de chuva pra cada um.

Tem garoa pra todo lado, tem garoa pra todo mundo, tem um pouco de chuva pra cada um que anda rápido e reto prum lado unicamente seu. Guarda-chuvas de todas as cores, pessoas e pensamentos de todas as cores, eu me sinto perdida as vezes nesse mundo tão cheio de cores e pensamentos, me sinto perdida as vezes nesse mundo cheio de garoa e chuva. eu também tenho meu lado pra ir, meu lado rápido, reto e unicamente meu, traçando uma teia neste ballet de guarda-chuvas, deve ser bonito de quem vê dos prédios esse mundo multicor e acelerado de formas redondas a se cruzar. eu só preciso me desarmar, desarmar meu caminho rápido e reto, desarmar meus pensamentos multicor e arredondados, desarmar meu guarda-chuva branco, eu preciso desarmar meu coração.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Três da manhã

Três da manhã, encostada no para-peito do apartamento, meu pijama curto e todo rosa me dão um ar inoscente e pacifista, a garrafa de vodka quase vazia na mão direita e o cigarro Camel sujo de batom na esquerda me dão uma maturidade degradada. Alça do pijama caida no braço, o vento acaricia a minha pele, como se o mundo quisesse se redimir das pancadas que fazem meus olhos marejar. Três da manhã e a cidade toda dorme aqui de cima, ninguém nas ruas, os cachorros ladram ao longe, um som abafado, mais um gole na minha garrafa e um pouco menos de batom nos lábios, um pouco menos de consciência e de pensamentos consisos, estou bêbada, garoa fino, está meio frio, mas não me importo, estou enamorada pelo clima aqui da sacada, e as horas passam tão rápidas e vigorosas que o sol começa a surgir por detras do prédio da outra rua, vou ao banheiro, lavo o rosto, tiro o resto do batom que sobrou dos cigarros e da vodka, preciso dormir nem que seja uma hora para não ir ao trabalho totalmente sonambula. a sacada foi hoje meu amante sem obrigações, e minha cama é o marido que me aguarda para o cotidiano e enfadonho dia - a - dia de daqui a uma hora.

Um amor pra vida inteira

Um amor tão vivo quanto o vermelho em minha boca
Um desejo tão forte quanto o de viver intensamente
Uma alma tão iluminda que queira imensamente
Viver de paz tão segura e de paixão tão louca

Um amor tão intenso quanto o perfume em meu cheiro
Um instante tão sublime quanto um segundo eterno
Um carinho, um zelo, tão doce e terno
Uma libido tão forte que me tome o corpo inteiro

Um bem querer que arda como o fogo da lareira
Como o abraço que a todo frio esquente
Como a presença que a toda solidão afugente
Um amor tão doce, um amor pra vida inteira

Manhãs perfeitas

Há bicicletas e pessoas para todos os lados, crianças correndo e rindo aos gritos, há o senhor que vende algodão doce e cachorros dóceis brincando na grama, há uma vontade declarada pelo mundo em ser um lugar melhor, uma paz tão celeste que chega a atacar os olhos acostumados a coisas escuras e pardas, eu acordo com o barulho da manhã, me espreguiço e me disponho a enfrentar mais um dia com o espírito voltado a vontade de um mundo melhor pra nós. e que a simplicidade desta manhã que criei com minhas palavras, seja a realidade que nos cerca.

Amélie

Amélie não tinha rosto nos espelhos, ela percorria toda a cidade atras de um rosto pra si, por vezes acreditava que seu rosto era como as flores que comprava todas as manhãs e que colocava junto a janela. Amélie sentia seu sorríso com os dedos, sabia que tinha covinhas quando sorria por encostar as palmas das mãos no rosto, Amélie não sabia se era bonita ou feia, apenas tinha sensações sensibilíssimas quanto a isso quando um ou outro rapaz a cantava na rua, mas segundo sua melhor amiga Desirre, nenhum comentário de homem é totalmente confiável se este ainda não transou com você ou se ainda tem desejo em transar com você no bom e velho estilo sexo por sexo, Desirre vê nos homens uma espécie de pênis com pernas e braços e uma cabeça enorme e oca. Amélie acordou sentindo seu sorríso lhe tomando o rosto por completo, ela está apaixonada pelo rapaz que não sabe o nome, mas que a encara e as suas flores matinais com doçura, nesta manhã Amélie perguntou, após tomar coragem, ao rapaz se ele a achava bonita, ele a respondeu que ela era tão bela quanto as flores que comprara todas as manhãs. ela então tocou uma pétala de seus flores brancas, e sorriu como quem acabara de se ver no espelho.